Cinza Fluorescente, Walter Gam

A delicada série de aquarelas “Cinza Fluorescente” de Walter Gam aproxima de forma poética as complexas tramas que ligam tempo, história e memória.  

Envolvido nesta trama, as imagens de antigos prédios, quase monumentos, instauram um jogo de sentidos, sutil e silencioso, criando uma espécie de fresta de onde podemos observar, de forma enviesada, vestígios da modernidade que apontam para seus fracassos. As aquarelas são feitas apenas em duas cores, preto e cinza. O nome “Cinza Fluorescente” sugere uma impossibilidade cromática, mas se refere também à corda bamba entre as utopias e a realidade. Através de uma pesquisa anterior às pinturas foram selecionadas edificações de diversas origens e diferentes países.

“Este tom mais baixo tensiona e potencializa a especificidade da aquarela, que assume um modo de representação distante tanto da crueza dos edifícios e de toda racionalidade que eles desprendem, quanto dos atuais modos tecnológicos de produção imagética, dando novos sentidos para as imagens pela técnica”, relata o curador Eduardo de Jesus, que complementa ainda que as construções nas aquarelas de Gam e os indícios da complexa realidade social e política que elas apontam nos convocam a pensar sobre as formas utópicas que habitaram o imaginário típico da modernidade: estar sempre adiante.

“A potência fabuladora desse gesto nos serve para, na urgência de um tempo presente inundado de imagens e trocas simbólicas globais, nos indagarmos o que construíremos agora para o nosso futuro: monumentos ou ruínas?” finaliza.

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