O projeto conceitual da pesquisa considera que as diversas Vozes de Minas devem estar representadas no Memorial. A intenção é permitir a abertura para leituras contemporâneas, possibilitando outros significados para o conceito de mineiridade, sem perder a característica de “museu de Estado”. O processo de construção foi participativo desde o diagnóstico, com a escuta interna, passando pela construção coletiva do projeto por toda a equipe multidisciplinar.

O prédio será parte do acervo do museu. A proposta envolveu a remoção de todas as camadas cenográficas que ocultavam a edificação, independentemente do grau de ornamentação e originalidade dos revestimentos por elas guardados, recuperando a edificação em seus espaços, suas proporções e suas materialidades como parte da experiência de visitação do novo Memorial Minas Gerais Vale.

O estudo avaliou aspectos técnicos, econômicos e legais do projeto, a fim de conciliar as diferentes necessidades do novo museu e a preservação do patrimônio histórico. O subsolo seguirá abrigando as salas administrativas e a guarda de material. O 1º pavimento, as exposições de longa duração e o acolhimento aos visitantes. O 2º pavimento será dedicado exclusivamente às exposições de longa duração. Já o 3º pavimento, às exposições temporárias e ao auditório que será reformado com melhorias de acessibilidade e recursos cênicos.

Construção de plano integrando projetos arquitetônico, estrutural, elétrico e hidráulico para atender diversas áreas do novo museu. A ação contempla o estudo para reforma de 13 áreas administrativas, como escritórios, salas de reunião, papelaria, salas técnicas, guarda de materiais e de reserva técnica para manipulação e guarda de acervo. As áreas de convivência, como recepção, café, pátio/espaço multiuso, oficina e educativo, também foram reprojetadas para o melhor acolhimento aos visitantes.

Fase inicial do planejamento e desenvolvimento da nova exposição permanente do Memorial Vale. Durante os trabalhos, foi criada uma visão curatorial a partir da pesquisa, sendo definidos os subtemas da exposição, organizando o percurso narrativo que será apresentado aos visitantes. O novo Memorial foi criado por muitas mãos, de maneira intensamente colaborativa. A curadoria manteve contato permanente com os arquitetos, designers, historiadores, pesquisadores, especialistas em tecnologia, educadores, artistas e cineastas convidados, buscando realizar a troca de ideias e experiências.

Para marcar o fim da antiga expografia, em 27 de julho de 2024, o Memorial Vale promoveu uma edição especial do Boa Noite Memorial, com 12 horas de programação educativa e cultural entre a tarde de sábado e a noite de domingo, possibilitando que o público tivesse um tempo maior para visitar o museu antes do fechamento para as obras de renovação.

Durante o fechamento do edifício-sede para as obras de renovação, o museu continuou em atividade com o projeto Memorial Vale Itinerante em diversas cidades mineiras. Para o período de itinerância, foram realizadas ocupações, eventos culturais em prédios e vias públicas, ações educativas em escolas públicas e exposições:

1. O Extraordinário Universo de Leonardo da Vinci
2. Exposição Mineiridades
3. Quintal do Memorial
4. Exposição Oriará – Arte e Educação em Movimento
5. Memorial Escola

A etapa consistiu na finalização dos projetos arquitetônico, estrutural, elétrico e hidráulico e de restauro, buscando resgatar a originalidade da edificação histórica.

Ocorrida em julho de 2024, a desmobilização da primeira expografia permanente do Memorial Vale foi concluída no mês seguinte (agosto). Foram realizadas doações para o Museu Reduções, Memorial Bordados, Centro de Arte Popular (CAP), Biblioteca Pública de Minas Gerais e IEPHA. Peças sob empréstimo foram devolvidas para o Museu Mineiro, SECULT-MG, IEPHA e a Comunidade Quilombola dos Arturos.

Criada para circular em uma carreta de 15 metros de comprimento, a exposição Oriará teve curadoria do Programa Educativo do Memorial Vale e trouxe obras de artistas negros e indígenas, representantes de diversas regiões de Minas, propondo reflexões sobre temas como oralidade, território, linguagem, tecnologias e bem viver. Com entrada gratuita, a exposição ocupou praças e parques, passou pelas cidades de Belo Horizonte, Congonhas, Jaíba, Curvelo, Itabira, São Gonçalo do Rio Abaixo, Barão de Cocais, Brumadinho, Nova Lima e Belo Vale. A mostra recebeu mais de 30 mil pessoas e ofereceu ações educativas e culturais ao público, além de formações educativas para professores da rede pública.

Realização do processo de desvelamento do prédio, que consistiu em remover estruturas de ferro, de plástico e de madeira, além de pisos do tipo carpete e vinílico, buscando com que a  edificação retorne ao seu estado original.

A curadoria da nova exposição permanente do Memorial Vale é assinada por Isa Grimspum Ferraz e Marcelo Macca e foi construída a partir da pesquisa desenvolvida pelas escritoras e pesquisadoras Heloisa Starling e Lilia Schwarcz. A expografia permanente do Memorial Vale trará à luz um novo olhar sobre aspectos da grande diversidade física e humana do estado, em toda a sua complexidade e beleza, apresentando uma outra perspectiva sobre a formação histórica, social e cultural de Minas Gerais.

A reforma do edifício partiu do subsolo e se estendeu aos demais pavimentos, promovendo atualizações e reformas estruturais, de instalações prediais e de restauro. Com a montagem do canteiro de obras, os tapumes que cercaram a parte externa do Memorial Vale receberam obras de grafite de duas mulheres indígenas sob o nome de Exposição Cosmogonias: “O Mundo Pataxoop” de Liça Pataxoop e “Pele” de Kawany Tamoyos. Liça e Kawany, em comemoração ao Mês das Mulheres em 2025.